sábado, 28 de novembro de 2009

Detenho-me no limiar do grito...


( O grito munch)

...como sempre, quando encontro palavras saídas da tua boca, escrevo...e os teus lábios estão aí, húmidos, possíveis...a tua boca suplica que te beije mas os teus olhos continuam impassíveis, com esta distância onde o teu corpo se estende...detenho-me no limiar do grito e gostava de te dizer AMO-TE com as mais audíveis sílabas do silêncio...depois toco o teu corpo e consigo conversar com as tuas mãos...tomo-as nas minhas e no momento preciso em que, ajustado à minha mão e por seu lume tocado, o teu fruto amadurece e endurece...são as tuas mãos mais tarde que sabem o lugar exacto onde o meu sexo se abre e é possível saborear o seu sumo...perdem-se aí...são pacientes as tuas mãos...mãos de fascínios que retardam o meu fruir...usando os caracteres do desejo, do meu desejo, deito-me sobre a tua pele e...faço amor contigo até ao cansaço final...

...sabes...o sonho cansa!!!...um cansaço que dói por dentro de nós...fechamo-nos na memória e conhecemo-nos do sonho ou da espera...

Um comentário:

  1. Clara, é sempre gratificante ler-te e ouvir da tua boca palavras tão lindas, tão sensuais.
    És uma mulher em que não exite segredos de escrita..por isso tudo és linda, como lindas são as coisas que escreves
    beijo meu
    Carlos

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